Impacto do terremoto no Japão nas Matérias Primas.
18-03-2011 15:49
Impacto do terremoto no Japão nas Matérias Primas.
Preço do aço deve subir, enquanto do ferro recuar com catástrofe no Japão. Que a catástrofe no Japão influenciará na dinâmica do mercado de commodities isto é certo, mas quais matérias-primas serão afetadas? Para o Goldman Sachs, o preço do aço deverá sofrer um impacto positivo ante ao fato, ao contrário da expectativa para o minério de ferro.
Outra commodity analisada pela equipe de Marcelo Aguiar, Pedro Grimaldi e Diogo Miura foi a celulose, que não deverá ser fortemente impactada, já que o país é destino de apenas 4,5% da produção mundial desse produto. A exposição brasileira é ainda menor, com 2,5% conforme dados de 2010.
Aço em alta
No caso do aço, produto qual o Japão é considerado o maior exportador do mundo (43 milhões de toneladas), segundo dados de 2010, este deverá ter sua produção comprometida em 23% por conta dos desastres, segundo estimativas elaboradas pelo banco.
Por conta do problema entre oferta e demanda gerado, neste caso de abastecimento, já que o Japão é um grande exportador, a equipe prevê um aumento dos preços no mercado à vista. Essa notícia privilegia as siderúrgicas globais, como no caso das brasileiras Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM3; USIM5) e CSN (CSNA3), que, em relação à exposição ao mercado japonês, detêm apenas 0,01% de todo o volume exportado.
Minério de ferro em baixa
Já o preço do minério de ferro, produto que o Japão ocupa o terceiro lugar entre as importadoras, deverá sofrer pressão no curto prazo por conta do desastre, uma vez que a demanda pelo produto cairá. Ao contrário do aço, as exportações brasileiras são expostas ao mercado japonês, em 12% do total. Deste percentual, a Vale (VALE3; VALE5) representa 10%.
As importações japonesas devem sofrer um decréscimo de 3,4% ante ao que era previsto para 2011, com danos também na infraestrutura de transporte da matéria-prima, que tende atrasar ainda mais a recuperação do gap aberto pelas empresas importadoras japonesas.
Por fim, Aguiar, Grimaldi e Miura acreditam que a reconstrução do país e os estímulos do governo deverão ser positivos tanto nos preços e nos volumes das duas commodities, tanto no médio como no longo prazo.
Fonte: Infomoney